Os Prós e Contras de Voar aos Poucos

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Como sempre costumamos dizer no Canal Piloto, a formação aeronáutica ideal é aquela em que você consegue manter frequência e regularidade em seus voos. Para isso, planejamento pessoal e financeiro são fundamentais. No entanto, em um país de economia instável como o Brasil, fechar negócio em um pacote completo de horas de voo pode ser até mais desafiador do que as lições de voo em si.

Em vista desse cenário, uma alternativa que muitos pilotos encontram é voar em períodos mais espaçados de tempo, dentro da frequência mínima exigida por sua escola de aviação ou aeroclube. Afinal, uma longa caminhada a passos lentos é melhor do que não fazer caminhada nenhuma. Mas quais seriam as vantagens e desvantagens de buscar a sua formação dessa maneira? Vejamos alguns pontos a considerar:


Vantagem: “Dar o passo de acordo com o tamanho da perna”

Voar aos poucos permite que o aluno piloto encaixe suas horas de voo dentro do que o seu orçamento lhe permite. Isso pode ser particularmente útil se, por exemplo, o aluno for uma pessoa recém-casada, com filhos pequenos ou com qualquer outra despesa que exija sua maior atenção naquele momento. É importante, no entanto, manter o foco em aumentar sua frequência de voos tão logo seja possível.


Vantagem: Maior tempo para os estudos teóricos

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Mesmo durante a formação prática, há muita teoria a ser estudada pelos alunos. Checklists, manual da aeronave, manual de manobras, fraseologia… São inúmeros conceitos não exigidos nas bancas teóricas, porém indispensáveis para o desempenho de sua formação prática. Se voar aos poucos é sua única opção de formação, aproveite seu tempo em solo para chegar o mais “afiado” possível para a próxima aula.


Desvantagem: Maior tempo para concluir sua formação

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Enquanto fechar um pacote de horas pode permitir que um aluno cheque seu PP em poucos meses, voar em períodos mais espaçados de tempo pode fazer com o que o aluno leve anos para conseguir suas primeiras carteiras. É uma situação que pode ou não ser um problema, dependendo dos objetivos e da idade do piloto em formação.


Desvantagem: Dificuldade para assimilar conceitos e sensações

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Por mais importante que sejam os livros e a teoria, aprender a voar exige prática, muita prática. Desde compensar corretamente a aeronave até efetuar um pouso suave e correto, tudo nessa fase da formação exige muita tentativa e erro. A própria sensação de voar exige uma adaptação fisiológica do piloto. Em média, um piloto precisa de suas primeiras dez horas de voo para se acostumar com a sensação de voar. Esse prazo pode ser ainda maior, se os intervalos entre os voos também forem maiores.


Voar com maior frequência é sempre a melhor alternativa. No entanto, se você não tem acesso a ela, não precisa considerar seu sonho como inatingível. Tendo consciência das alternativas à sua disposição, e dos prós e contras de cada uma delas, tudo volta a ser uma questão de planejamento até que você atinja os seus objetivos. Em suma, se você quer chegar lá, pode andar a passos largos ou a passos lentos: só não pode ficar parado.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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