Top Gun


Ontem, dia 19/08/2012, foi confirmada a morte de Tony Scott, diretor de Top Gun
Em homenagem a ele segue o texto abaixo sobre uma de suas melhores obras cinematográficas. 

Missão: TOP GUN

Piloto é um ser metido mesmo. Sabe de tudo. Aliás, tem que saber senão perde o emprego ou coisa pior.

Digo isso porque vou comentar sobre cinema. Em especial  um filme que todo aviador já assistiu pelo menos 10 vezes. Senão assistiu, é porque ou é muito novo e não deu tempo, ou é muito velho para assistir na sessão da tarde.

Se tiver minha idade, não fez mais que a sua obrigação. Estou falando de TOP GUN – Ases Indomáveis.

Filme dirigido por Tony Scott. Estrelado pelo… Não lembro…

Peraí… Lembrei!!!… Tom!!!! … Isto mesmo.

Tom… cat F-14.

É assim mesmo. Quem sabe dá nome e sobrenome do artista. Tomcat F-14 da Grumman.

Tomcat F-14.

A ideia era de um filme de ação, mas logo de cara o filme já corta o coração mais duro. Difícil segurar as lágrimas. As cenas são fortes e chocantes.

Um Northrop F-5E está pintado de preto com a insígnia soviética.

É isso mesmo que você leu. Sei que é difícil, mas o filme é para mexer com nossa sensibilidade mesmo. Para completar o drama, os herois chamam o caça (que temos no Brasil) de Mig-28. Traição pura. Maldade com os fãs desta beleza.

Não que eu tenha nada contra os Mig´s, muito pelo contrário, mas é como colocar o Tom Hanks no papel do Schwarzenegger.

Northrop F-5E.

Mas tudo bem. Artista bom faz qualquer papel e ele teve uma performace excelente. Só não ganhou Oscar por causa do lobby de Hollywood a favor daqueles que tem cauda mais bonita. Mas fez o papel de um vilão inesquecível. Merecia pelo menos o de melhor coadjuvante.

Os A-4 Skyhawk da base de Miramar atuaram muito bem considerando ser um monojato de asa dura contra aqueles gigantes de geometria variável. Neste ponto o enredo segura bem a história e passa um recado importante para nós pilotos: não faça m… Siga os procedimentos de segurança e aja da forma como fez no treinamento. Não invente moda que dá no que deu no filme.

 A-4E Skyhawk.

Uma travessura ou outra pode. O piloto dá um raso na torre e um na professora. Até aí tudo bem. Normal. Mas desobedecer os mais antigos não dá. É perigoso e imprudente. O cara tem trocentas horas a mais de voo que você e diz que não dá, e você vai lá e “acha que dá”. Aprenda rápido que piloto bom é piloto vivo.

Outra coisa que eu não vi no filme: NOTAM para voo em formação. Porque para isso só com autorização e treinamento especial, né comandante?!

Falando em voar um em cima do outro, lembrei da cena em que o piloto faz um reabastecimento em voo com a professora. Temos que admitir que a cena foi bem produzida. Dá até para pensar que aconteceu mesmo, embora logicamente deva ter sido um dublê, pois é uma cena perigosa. Precisa de coordenação e perícia além de um equipamento confiável. O piloto pode errar o cesto ou até mesmo a sonda não ficar firme o suficiente. É só o que precisa para uma pane vergonhosa e irrecuperável.

Mas nem tudo é tragédia e drama neste filme. Tem a parte que o piloto deve consolar a mulher do amigo que bateu a cabeça e foi voar sozinho. De longe é a mais gatinha do filme e valeu a cantada de “Great balls of fire” do Jerry Lee Lewis.

Aliás, isto me lembra sempre em voar dentro dos padrões para que não haja ninguém cobiçando uma viúva em potencial.

No final, o cara acha um copila legalzinho, larga mão de ser amarelão, volta pro pau, destroi os F-5 e… Não consigo mais escrever. A emoção toma conta novamente ao lembrar os “Mig´s” pegando fogo e girando em direção ao mar. (soluços)

Ah… Sem patriotada da minha parte, mas eu preferia ver as meninas do Brasil no vôlei de praia. No resto está tudo perfeito. Continua sendo um filmaço.

Espero que tenham gostado da sinopse adaptada do filme. Na próxima estou pensando em como seria a história do Titanic se ele fosse uma aeronave.

Até a próxima missão!

(RIP Tony Scott)

Franco Rovedo
franco.rovedo@gmail.com 

Alexandre Sales
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