Alitalia | HCA 137

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Localizada no coração do Mar Mediterrâneo, a Itália é talvez a mais importante nação para a história da civilização ocidental. Muito de toda a nossa cultura, incluindo a brasileira, tem origem no legado do Império Romano: nosso sistema de leis, o modelo governamental da república, nossa religiosidade predominantemente cristã, nosso calendário (com feriados igualmente cristãos), até os caracteres com os quais escrevemos têm origem nessa época. O latim, língua nascida na região e já extinta, deu origem a línguas como o português, o espanhol, o francês, e claro, o próprio italiano. A Itália é também a terra mãe de gênios como Leonardo da Vinci, Michelângelo, Dante Alighieri, além de incontáveis outros atrativos que fazem do país um dos destinos turísticos mais procurados de todo o mundo.

Um país com tantos predicados certamente precisaria de uma companhia de bandeira à altura. Para representá-la na aviação mundial, a Itália conta com a Alitalia, uma companhia fundada em 1946 em uma parceria entre o governo italiano e a British European Airways (BEA). Seu voo inaugural partiu de Turim com destino a Roma (onde se situa sua base de operações), com uma escala em Catânia, na Sicília. A aeronave utilizada foi um Fiat G.12 Alcione, sob o comando de Virginio Reinero.

A Alitalia fez seu primeiro voo intercontinental um ano após a sua fundação, o que poderia ser visto como um desenvolvimento precoce. Em 1947, aeronaves Savoia-Marchetti SM.95 iniciaram voos partindo de Milão com destino às principais cidades da América do Sul. Na década de 1960, a frota modernizada da Alitalia contava com turboélices Vickers Viscount e jatos como o Sud Aviation Caravelle e o Douglas DC-8.

Dentre as missões que a Alitalia se predispõe a cumprir, uma em particular chama grande atenção: transportar o Papa em suas viagens ao redor do mundo. Os voos que transportam o sumo pontífice da Igreja Católica recebem, por parte da imprensa, o apelido de “Shepherd One” (“Pastor Um”), enquanto seu callsign comumente utilizado é “Volo Papale” (“Voo Papal”), seguido de um número serial. No voo que trouxe o Papa Francisco pela primeira vez ao Brasil, por exemplo, uma aeronave Airbus A330 da Alitalia de prefixo EI-EJM adentrou o espaço aéreo brasileiro em 22 de julho de 2013 com o prefixo “Volo Papale 4000”, ou simplesmente “Alitalia 4000”.

Apesar de seu porte digno de uma companhia aérea de bandeira, a Alitalia enfrentou sérias dificuldades financeiras, que a levaram a um cenário de falência. Em 2008, um grupo de investidores criou uma “nova” Alitalia a partir da massa falida da antiga empresa, fundindo-a a outra companhia falida de menor porte, a também italiana Air One. Apesar da identidade visual ser praticamente a mesma de sua antecessora, a companhia alega não ter qualquer ligação com esta última. A atual Alitalia atende a 102 destinos ao redor do mundo, com uma frota composta de aeronaves Airbus, modelos A319, A320, A321 e A330, além de três unidades do Boeing 777-200ER.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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