História das Companhias Aéreas – Capítulo 5

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A Chalk’s International Airlines, anteriormente conhecida como Chalk’s Ocean Airways, foi uma linha aérea fundada em 1917 por Arthur “Pappy” Chalk, um veterano da Primeira Guerra Mundial. Utilizando aeronaves anfíbias, Pappy Chalk transportava passageiros entre Miami e as ilhas Bimini, nas Bahamas.

O começo das operações da Chalk’s International Airlines foi bastante modesto: sua primeira base era simplesmente um guarda-sol na baía de Biscayne, em Miami. Em 1926, próximo dali, foi criada a Ilha Watson, uma ilha artificial com estrutura para operação de hidroaviões e aeronaves anfíbias, onde a Chalk’s International se instalou pelos 75 anos seguintes. No ano de 2001, em virtude dos atentados de 11 de setembro, a empresa mudou-se para Fort Lauderdale, onde permaneceu até o fim de suas operações.

Entre os anos de 1920 e 1933, uma lei federal proibiu a produção de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos. Nessa época, a empresa de Pappy Chalk tornou-se uma das principais fontes de bebidas contrabandeadas das Bahamas.

A frota da companhia era composta principalmente por aeronaves Mallard e Albatross, belíssimos modelos anfíbios da Grumman Corporation. O seriado Miami Vice, que projetou Miami para o mundo durante os anos 80, exibia aeronaves da companhia nas aberturas da série, tamanha a importância destas como um ícone do turismo na região.

Durante essa época, em 1986, a empresa atingiu o ápice de sua receita, faturando 7,5 milhões de dólares com o transporte de 130.000 passageiros. A maioria destes eram hóspedes da Resorts International, um conglomerado de hotéis que adquiriu a companhia em 1974 para o transporte de seus clientes. Ocasionalmente, residentes das Bahamas também viajavam pela empresa em viagens de compras a Miami.

Em 19 de dezembro de 2005, um acidente com um de seus Grumman Mallard, que voava entre Fort Lauderdale e Bimini, deixou 20 vítimas fatais, sendo 18 passageiros e 2 tripulantes. Não houve sobreviventes. O episódio suscitou investigações conduzidas pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos (USDOT), que foram concluídas dois anos depois, levando à revogação da licença de operações da companhia. À época, sua permissão de operar nas Bahamas também estava expirada.

No ano do encerramento de suas atividades, em 2007, a companhia ostentava ainda o título de empresa mais antiga em atividade de todo o mundo. O título passou então à holandesa KLM, em operação até os dias de hoje.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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