MarkAir | HCA 144

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A cidade americana de Anchorage, no estado do Alaska, é uma das melhores provas de que mesmo locais inóspitos podem desenvolver prosperidade, se observados a partir de uma nova perspectiva. Com temperaturas que não passam dos 26°C no verão e chegam a -15°C no inverno, é difícil encontrar um clima que possa ser chamado de acolhedor em Anchorage. No entanto, graças à sua posição geográfica, é possível chegar de lá a quase qualquer lugar do mundo industrializado em um tempo relativamente baixo. Isso faz com que Anchorage seja considerada como um ponto crítico da malha aérea de inúmeras companhias de logística. Não por acaso, seu aeroporto internacional tem o terceiro maior movimento mundial de voos cargueiros.

Nesse cenário propício à atividade comercial aérea, companhias como a Wien Air e a Star Air Lines encontraram as condições ideais para se desenvolverem. Assim também foi com uma de suas sucessoras, a MarkAir. Ela foi fundada em 1946 como uma companhia cargueira, vindo a desempenhar um papel fundamental na construção do Oleoduto Trans-Alaska, um dos maiores do mundo. Além de haver contribuído para o crescimento de Anchorage, o oleoduto é responsável também por abastecer o Aeroporto Internacional Ted Stevens com combustível para jatos, proveniente das usinas no Polo Norte e em Kenai.

Batizada originalmente como Interior Airways, a companhia utilizava na década de 1960 aeronaves Lockheed L-100 Hercules, famosas por sua aplicação na logística militar. Foi rebatizada para Alaska International Air em 1972, a fim de refletir seus planos de expansão internacional. O nome MarkAir viria apenas em 1984, supostamente em homenagem a um jornaleiro local chamado Mark. Nesta época, a companhia já combinava transportes de carga e de passageiros, utilizando aeronaves Boeing 737-200. Foi também na década de 1980 que a MarkAir fez um acordo de codeshare com a Alaska Airlines, principal companhia aérea do estado. Enquanto a Alaska Airlines operava voos internacionais a partir de Anchorage, a MarkAir trabalhava como companhia feeder, trazendo para os seus parceiros passageiros provenientes de localidades menores no Alaska.

A parceria entre a MarkAir e a Alaska Airlines durou somente até a década seguinte, quando estava última decidiu rescindir abruptamente o acordo de codeshare. Isto fez com que ambas companhias precisassem coexistir como concorrentes, o que traria a menor delas a um fim previsível. Apesar de obrigar sua antiga parceira a reduzir custos, a MarkAir encerrou suas atividades em 1996, após 50 anos de serviços prestados ao transporte aéreo na gélida região do Alaska.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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