Dominicana de Aviación | HCA 128

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Localizada nos arquipélagos do Caribe, a República Dominicana é o país com a mais importante economia da América Central. É lá que se localiza a região de Punta Cana, um dos destinos turísticos mais procurados de todo o mundo. Sua Capital, Santo Domingo, foi o primeiro assentamento de colonos europeus em todas as Américas, assim estabelecido com a chegada de Cristóvão Colombo em 1492. Mesmo com toda essa importância para a sua região, no entanto, o país sofre com altos índices de desemprego, corrupção e constantes faltas de energia. Apesar de todos esses contrastes, o cenário político-econômico da República Dominicana foi o grande motivador para o surgimento de sua primeira companhia aérea de bandeira.

A Compañía Dominicana de Aviación, mais conhecida simplesmente como Dominicana, foi fundada em 1944, para atender à crescente demanda de cidadãos deixando o país em busca de melhores condições de vida. Os principais países buscados por esses cidadãos eram os Estados Unidos, Porto Rico e Espanha, de forma que esses foram justamente os primeiros destinos da companhia. Suas primeiras operações utilizavam aeronaves Douglas DC-3 e DC-6, os quais só viriam a ser substituídos na década de 1960, por aeronaves Douglas DC-8, DC-9 e Boeing 727. Até mesmo aeronaves Boeing 747 foram empregadas pela companhia na década de 1980, atendendo a destinos como Madri, Milão e Frankfurt.

A companhia enfrentou sérias dificuldades, principalmente financeiras, para manter sua existência. O modelo governalmental da República Dominicana, tipicamente paternalista, determinava que funcionários públicos deveriam ter o direito de voar a preço de custo, sem gerar lucro para a companhia. Como também possuíam prioridade de embarque, frequentemente esses transportes tiravam o assento de passageiros que gerariam receita para a empresa. Junte-se a isso uma má gestão da companhia, e cria-se assim um cenário onde aeronaves não recebiam manutenção adequada, bagagens eram frequentemente extraviadas, e os horários dos voos não ofereciam confiabilidade aos passageiros. A má qualidade nos serviços, inclusive, fez com que a Dominicana perdesse o direito de operação em muitos dos seus aeroportos de destino.

No intuito de salvar a companhia, muitas tentativas de privatização foram feitas, todas sem sucesso. O próprio governo indicava que os dominicanos poderiam voar pela APA Internacional, uma companhia concorrente, demonstrando seu desinteresse em salvar sua própria companhia de bandeira. Sem apoio para sobreviver em um mercado de rotas já dominadas pela American Airlines e pela JetBlue, a Compañía Dominicana de Aviación deixou de operar em 1995, encerrando oficialmente suas atividades no ano de 1999.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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