História das Companhias Aéreas – Capítulo 76

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Capítulo_76

Assim como outras companhias da América Latina, a Aeropostal Alas de Venezuela nasceu como uma subsidiária da francesa Aéropostale, que buscava expandir suas operações pelo continente americano. O então presidente da Aéropostale, Marcel Bouilloux-Lafont, notou que a localização geográfica da Venezuela seria estratégica para que esta servisse como uma conexão entre a América do Sul e as ilhas caribenhas de Gadalupe e Martinica. Foi assim que, em 3 de Julho de 1929, três aeronaves Latécoère 28 efetuaram os primeiros voos da companhia.

Em 31 de Dezembro de 1933, a companhia passou às mãos do governo venezuelano, ainda que continuasse operando com profissionais franceses. No ano de 1935, a companhia adotou o novo nome Línea Aeropostal Venezolana (LAV). Sob a nova gestão pública, a frota de aeronaves Latécoère da LAV foi substituída por aeronaves Fairchild 71, e posteriormente, por aviões Lockheed Electra e Douglas DC-3. Os voos internacionais iniciaram-se em 1945, com destino a Boa Vista, no Brasil. No ano seguinte, iniciaram-se voos com destino a Aruba, utilizando-se da malha aérea internacional da KLM.

Na década de 1960, o governo venezuelano decidiu separar as operações nacionais e internacionais da empresa em duas companhias distintas. Para isso, criou uma nova companhia, a Viasa, deixando-a responsável pelos voos internacionais. Foi a época em que aeronaves Douglas DC-8 e Boeing/Douglas DC-9 trouxeram a LAV à era dos jatos.

As operações da Aeropostal de Venezuela foram suspensas em 1994, em virtude de iniciativas do governo venezuelano, visando contenção de despesas. Os ativos da companhia passaram então às mãos da iniciativa privada, sendo adquiridos em leilão pelo grupo Corporación Alas de Venezuela (CAV), que levou as operações adiante até março de 2007. Sob posse da CAV, a companhia reduziu drasticamente o tamanho de sua frota, de 22 aeronaves para apenas três, enquanto enfrentava severas restrições governamentais para emissão de passagens aéreas.

Em 2008, a companhia foi adquirida pela família Makled, cujos membros foram posteriormente presos por narcotráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. A companhia voltou então às mãos do poder público, que segue tentando viabilizar o retorno da companhia às suas operações normais.

Luiz Cláudio Ribeirinho
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